12 Dec Herpes Ocular: todo alerta possível ao vírus silencioso
Infecção judia da gente onde quer que ela apareça, não é mesmo? Nos olhos também é preciso ter todo cuidado, pois o problema pode ficar bem sério se não for tratado com antecedência, principalmente ser for o Herpes Ocular.
Trata-se de uma infecção causada pelo vírus do herpes simples tipo 1, que também é responsável pela doença nos lábios. Diferentemente do genital e do zóster, ele pode ser transmitido pelo contato direto com a saliva do portador ou com a secreção que fica dentro das lesões. Geralmente, costuma afetar apenas um dos olhos.
Neste post, vamos ver algumas informações sobre o herpes ocular, seus sintomas e dicas de prevenção. Boa leitura!
Conteúdo
O que é o herpes ocular?
O herpes ocular é uma infecção comum que pode afetar desde a parte posterior do olho (córnea) até a retina e o nervo óptico. Essa doença costuma se apresentar tanto na pálpebra, como pequenas vesículas e feridas que secam e criam crostas, quanto na conjuntiva, com sintomas semelhantes aos da conjuntivite.
Na córnea, conhecido como ceratite herpética (manifestação mais grave), pode provocar uma inflamação periódica com formação de úlceras e de cicatrizes que, se não tratadas corretamente, levam à perda contínua da visão.
Sintomas
Os sinais dessa doença são semelhantes aos da conjuntivite:
- visão embaçada;
- vermelhidão e irritação ocular;
- sensibilidade à luz;
- coceira e sensação de corpo estranho nos olhos;
- dores e inchaço ocular.
Algumas pessoas apresentam também bolhas ou úlceras com as bordas avermelhadas na região próxima aos olhos. Além desses sintomas, pode causar febre, mal-estar e ferimentos na córnea.
Para diferenciar o herpes ocular de uma conjuntivite, considere que, apesar de ambos provocarem fotofobia e irritação, o primeiro causa muita dor e, geralmente, afeta apenas um dos olhos. A conjuntivite, no entanto, costuma ser bilateral e não apresenta o quadro de feridas e úlceras nas pálpebras.
Causas
O vírus é transmitido por contato com as secreções ou saliva de um portador da doença. Na verdade, grande parte da população já teve contato com ele em algum momento, mesmo sem ter apresentado qualquer sintoma.
Esse agente microscópico entra no nosso organismo por meio da mucosa oral ou nasal, alojando-se nos nervos e ali permanecendo silencioso. Ele fica inativo até o momento em que o portador tem uma baixa imunológica. Na maioria das pessoas, o vírus mantém-se inerte por toda a vida sem nunca causar nenhum problema; já em outras, ele reativa e causa a infecção.
Outros fatores de risco são viroses, exposição excessiva ao sol, febre, traumas, estresse físico e emocional e Aids. É fundamental procurar um oftalmologista assim que perceber qualquer sintoma.
Manifestações mais graves
A ceratite herpética, como vimos, é uma das manifestações mais severas, pois afeta a camada superficial da córnea. O tratamento é feito sem complicações, no entanto pode ser bastante doloroso.
Outra forma do herpes ocular é a ceratite estromal ou intersticial, que afeta as partes mais profundas da córnea podendo formar cicatrizes e até a perda da visão. Já a iridociclite prejudica a íris do portador, causando grave sensibilidade à luz, dores e visão turva.
Como ocorre o diagnóstico?
O herpes ocular nada tem a ver com o herpes genital, já que as formas de contaminação são distintas e ele não é considerado uma DST. Diagnosticá-lo pode não ser assim tão simples, pois seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças oculares.
Para acertar na identificação, o oftalmologista precisa considerar os sintomas específicos e fazer um diagnóstico diferencial com o herpes-zóster, que possui características similares. O médico deve analisar o paciente e, por meio de uma oftalmoscopia, verificar qual parte do olho está sendo afetada para, assim, indicar o tratamento e as medicações corretas.
Como é feito o tratamento do herpes ocular?
Tudo depende do aspecto, do local e da extensão das lesões. Cada caso é um caso. Quando a infecção ocorre apenas nas pálpebras, pode-se optar por esperar a ação do sistema imunológico ou começar com uma pomada antiviral. Se a patologia já evoluiu para ceratite herpética, o tratamento deve ser iniciado com a pomada e o comprimido antiviral.
Dependendo do tipo de infecção causada, o médico precisa usar anti-inflamatórios e corticoesteróides, tanto via oral como em forma de colírios. Entretanto, eles podem piorar a infecção pelo herpes, pois é necessário adequar o fármaco de acordo com o local afetado — qualquer medicação só pode ser utilizada sob estrita orientação médica.
Os remédios mais comuns usados para o tratamento do herpes ocular são antivirais como o Aciclovir ou o Valaciclovir e, quando necessário, colírios antibióticos para prevenir infecções secundárias. A chamada uveíte herpética deve ser sempre tratada com antivirais por via oral e também com corticoides.
Em alguns casos de infecção corneana superficial, o médico pode fazer um procedimento chamado desbridamento: com o auxílio de equipamentos adequados, é feito a raspagem da lesão e retirada das células mais superficiais que estão danificadas. Dessa forma, os medicamentos conseguem agir com mais facilidade. Em casos raros, existe a necessidade de cirurgia para reparar os danos causados pelo herpes — o transplante de córnea.
Como devemos nos prevenir?
Apenas um oftalmologista pode identificar corretamente a doença, pois cada tipo de infecção requer um tratamento específico. Caso a pessoa seja afetada por manifestações frequentes, é importante fazer um acompanhamento médico para verificar a imunidade ou até mesmo iniciar o uso de medicamentos profiláticos para evitar a reativação do vírus.
Realizar algumas medidas simples no dia a dia pode ajudar na prevenção do herpes ocular. Confira algumas delas:
- lave suas mãos frequentemente;
- não utilize ou empreste objetos de uso pessoal, como maquiagens;
- em caso de infecção por herpes em outra região do corpo, lave muito bem suas mãos antes de colocá-las nos olhos;
- tome cuidado ao ter contato com outras pessoas que tenham herpes;
- higienize corretamente lentes de contato, caso faça uso;
- cuide da saúde e evite estresse.
Um dos fatores que facilitam o aparecimento do herpes é a baixa imunidade, portanto vale a pena ter uma alimentação que fortaleça seu organismo. Não é um tratamento contra a doença, mas, de modo geral, pode proteger contra sua manifestação.
Quanto mais depressa começar o tratamento do herpes ocular, melhor será o resultado. Não se pode desconsiderar, porém, a ocorrência de novas crises, já que o vírus permanecerá latente para sempre no organismo da pessoa infectada. Fique atento a esse perigo silencioso.
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