Facebook Pixel e-lens | O que é Ceratocone e como afeta a saúde ocular?

O que é Ceratocone e como afeta a saúde ocular?

O que é Ceratocone e como afeta a saúde ocular?

Você sabe o que é ceratocone? Apesar de não ser uma condição muito conhecida entre a população leiga, sua incidência, infelizmente, não é tão rara assim. É considerada a causa mais comum de dilatação de córnea e atinge cerca de 600 pessoas a cada 100.000.

O nome é autoexplicativo, uma vez que se refere à curvatura da córnea que, com a progressão da doença, acaba ficando com formato de um cone. Hoje em dia, considera-se que o ceratocone é a principal causa de transplante de córnea no Brasil.

Quer saber mais sobre a doença? Então continue a leitura e descubra quais são as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento!

Conteúdo

O que é ceratocone, afinal?

É uma doença ocular de característica não inflamatória, progressiva e bilateral, que afeta a espessura e o formato da córnea, provocando a visão de imagens distorcidas e embaçadas. Ela geralmente tem início na adolescência e pode progredir até os 40 anos, aparecendo tanto em homens quanto em mulheres em uma proporção igualitária.

Existe alguma causa ou precondição para a doença?

Sim. Embora sua causa ainda não seja totalmente determinada, acredita-se que está relacionada a alergias, ao ato de coçar os olhos constantemente e também a fatores hereditários.

Além disso, diversos estudos comprovam que o ceratocone evolui com o aumento do astigmatismo, que é um erro refrativo caracterizado pelo formato oval da córnea, causando visão embaçada e cansada, dores de cabeça, vertigem etc.

Em sua fase inicial, o ceratocone apresenta-se como um astigmatismo irregular, levando o paciente a trocar o grau e as lentes dos óculos com maior frequência. Nas fases mais avançadas, as lentes de contato rígidas passam a ser a melhor opção para correção da visão.

Como é feito o diagnóstico?

O ceratocone é classificado em 4 graus evolutivos de acordo com a severidade da doença e o diagnóstico definitivo é feito por meio da correlação de dados do exame físico, anamnese e exames complementares, como topografia e tomografia da córnea.

Esse último consegue caracterizar tanto a superfície posterior quanto a anterior da córnea, e, como as primeiras características do ceratocone aparecem na superfície posterior, a tomografia tornou-se um exame indispensável e fundamental para o diagnóstico precoce.

No entanto, mesmo que o diagnóstico seja feito precocemente, o ceratocone continua a evoluir, ainda que de forma mais lenta do que se a doença tivesse sido descoberta em estágios avançados.

Quais são os sintomas?

Um dos principais sintomas é a visão distorcida e borrada, tanto para perto quanto para longe. Alguns pacientes podem relatar visão dupla ou percepção de diversas imagens em um mesmo objeto. Confira mais alguns sintomas:

  • visão embaçada;
  • percepção de um círculo em torno de luzes (halo);
  • aumento constante do grau de astigmatismo;
  • fotofobia (sensibilidade à luz);
  • coceira excessiva na região dos olhos;
  • alergias constantes;
  • visão de uma borda descolorida em volta da parte frontal dos olhos.

Quais são os tratamentos?

O intuito do tratamento é manter o bom alcance e precisão visual do paciente e preservar a saúde da córnea. No entanto, o único procedimento que pode ser feito para curar definitivamente o ceratocone é o transplante de córnea que, como todo procedimento cirúrgico, pode trazer algumas complicações, tais como alto astigmatismo, infecção, rejeição da nova córnea, catarata, glaucoma, e outras doenças relacionadas à superfície ocular.

Como o transplante é feito?

Geralmente, a cirurgia é feita apenas com anestesia local e os níveis de substituição das camadas da córnea podem variar, dependendo do caso. É possível, por exemplo, transplantar todas as camadas da córnea (Transplante de córnea penetrante)implantar somente as porções externas (Transplante de córnea lamelar) ou substituir as camadas mais internas (Transplante de córnea endotelial).

Alguns cuidados pós-operatórios devem ser tomados para evitar que as complicações citadas acima ocorram, incluindo repouso na primeira semana, utilização de óculos de sol tanto para exposição à luz natural (Sol) quanto à luzes artificiais e evitar pressionar o olho operado ao dormir.

O afastamento das atividades normais por atestado médico ocorre, em média, por um período de 7 dias.

Existem outras possibilidades de tratamento?

Sim. Quando não está em fase tão avançada, os óculos e as lentes de contato rígidas proporcionam uma visão satisfatória, embora não consigam estabilizar a doença e tampouco curá-la. Listamos a seguir outras opções de tratamento:

Óculos

A prescrição de óculos é a primeira opção de tratamento, principalmente nas fases iniciais da doença, quando o astigmatismo irregular não é acentuado e ainda é possível obter, através deles, uma boa precisão visual.

Lentes

No momento em que os óculos não conseguem mais fornecer uma qualidade visual satisfatória, a lente de contato é a alternativa seguinte. Em geral, são utilizadas lentes rígidas que melhoram a visão do paciente e asseguram a saúde fisiológica da córnea, melhorando sua curvatura.

Crosslinking

Existe, também, um novo tratamento cirúrgico chamado Crosslinking que tem o objetivo de minimizar os sintomas do ceratocone e diminuir sua progressão, evitando por mais tempo a necessidade de transplante. O tratamento consiste em fortalecer as fibras de colágeno que sustentam a córnea, diminuindo, assim, a elasticidade e a deformação das membranas.

A cirurgia tem duração de até 2h, com anestesia local (por meio de colírios anestésicos). No período pós-operatório, coloca-se uma lente gelatinosa somente para fins de proteção da córnea, que pode ser retirada após sete dias.

Anel de Ferrara

Outra alternativa indicada para aqueles que são intolerantes às lentes de contato é a implantação do Anel de Ferrara, que é colocado dentro do tecido da córnea para alterar sua curvatura, atenuando as características do ceratocone.

Um dos grandes benefícios desse procedimento cirúrgico é que ele é totalmente reversível, com possibilidades de reposição e remoção dos anéis sem qualquer dano ao paciente.

A complicação mais frequentemente relatada pelos pacientes é a expulsão espontânea do anel devido à espessura da córnea do indivíduo e do nível de profundidade em que o anel foi implantado.

O anel, no entanto, é contraindicado em casos de ceratocone avançado e quando o paciente apresenta uma acentuada opacidade na córnea.

Como vimos, portanto, o ceratocone é uma doença que, apesar de ser considerada relativamente grave, possui grandes possibilidades de ter seus sintomas atenuados e sua progressão retardada. Por isso, a única forma eficaz de prevenção é a consulta regular com um oftalmologista.

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