11 out Astigmatismo tem cura? Conheça as opções de tratamento
Se você tem dificuldade para focar a visão, e os olhos começam a lacrimejar quando tenta enxergar focado, se costuma confundir letras parecidas (como M, N, H) ou tem sensibilidade à luz, é possível que esteja com astigmatismo, um problema refrativo que atinge metade da população brasileira entre 70 e 75 anos (51%).
A boa notícia é que, apesar de muita gente desconhecer, o astigmatismo tem cura por meio de um procedimento cirúrgico considerado simples, sem necessidade de internação hospitalar. Ficou curioso para saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura! Vamos lá?
Conteúdo
O que é astigmatismo, afinal?
O astigmatismo é uma irregularidade da córnea que provoca um erro de refração, ou seja, faz com que a retina receba a imagem em vários focos, levando o paciente a enxergar imagens borradas e estremecidas.
Normalmente, a córnea é arredondada e lisa, e a imagem é focada na retina em um único ponto. Entretanto, nos olhos com astigmatismo, a córnea tem formato mais ovalado, sendo chamada de “oblonga” (que se assemelha a uma bola de futebol americano), e as imagens sofrem distorção ao passarem por ela.
O problema todo está nos raios de luz, que são refratados de maneira diferente, dependendo do lugar em que “batem” na córnea. O resultado disso é uma visão distorcida e borrada, como se fosse a imagem desfocada da tela de uma televisão.
Quais são os sintomas?
O paciente com astigmatismo enxerga, tanto de perto quanto de longe, todas as imagens distorcidas. Por isso, ele pode sentir fadiga ocular, ou seja, vista cansada, e também dor de cabeça, por ficar forçando a visão.
Quando o astigmatismo está no início, o paciente não sente esses sintomas, mas conforme a doença vai se agravando começam a aparecer os primeiros sinais de vista cansada.
Os principais sinais de alerta são:
- fotofobia (sensibilidade excessiva à luz);
- dor ao abrir ou fechar os olhos;
- diplopia (visão dupla);
- cefaleias e náuseas;
- lacrimejamento;
- sensação de vista cansada;
- distorção das imagens em qualquer distância que estejam do olho;
- olhos vermelhos.
Quais são as causas do astigmatismo?
A origem do astigmatismo é hereditária e ainda não foi totalmente desvendada pela medicina. O que se sabe é que o problema acontece pela malformação da córnea, surgindo ao nascimento e piorando com o passar do tempo.
Algumas situações podem aumentar as chances de desenvolver astigmatismo, como coçar os olhos com muita força e frequência, e processos cirúrgicos, como a cirurgia de catarata.
Doenças como ceratocone e pterígio também podem provocar astigmatismo. Veja os maiores fatores de risco:
- registro da doença na família;
- ter outros erros refrativos (como miopia, hipermetropia ou presbiopia);
- traumas nos olhos;
- consequência de alguma cirurgia ocular.
Existe algum tipo de prevenção?
Se a causa for hereditária, não se pode prevenir o aparecimento do astigmatismo. No entanto, quando a causa for outra, como traumas ou cirurgia, a prevenção se torna possível.
Além disso, alguns oftalmologistas acreditam que o consumo de certos alimentos com frequência pode retardar o aparecimento ou a progressão da doença, como os alimentos ricos em zinco (castanha-do-pará, lentilha, ricota etc.) e os ricos em vitaminas A e E (batata-doce, cenoura, espinafre, amendoim, pepino etc.).
Qual é o tratamento para o astigmatismo?
Existem diversas alternativas de tratamento que são muito eficazes para corrigir o erro refrativo na córnea, proporcionando melhor acuidade visual aos pacientes.
O tratamento visa corrigir o erro refrativo da córnea ou o seu efeito sobre a transmissão das imagens ao cérebro, sendo realizado por meio do uso de óculos ou lentes de contato.
A cirurgia refrativa também é recomendada em alguns casos para a cura definitiva.
Conheça a seguir um pouco mais sobre as opções para corrigir o astigmatismo.
Lentes de contato para astigmatismo
O astigmatismo pode ser corrigido com o uso de lentes de contato tórica, ou seja, cilíndrica, que compensam o formato da córnea por apresentarem diferentes espessuras na sua superfície. Quanto maior o grau do astigmatismo, maior será a diferença de espessura na lente para compensá-lo.
Assim como as outras lentes, elas também são produzidas como gelatinosa ou rígida. Esta última é a opção mais recomendada pelos oftalmologistas para quem tem astigmatismo porque, apesar de ter um tempo de adaptação mais longo e de poder ser mais seca, consegue ter mais aderência ao olho, sem ficar escorregando de lugar.
Já as gelatinosas são mais confortáveis e têm adaptabilidade muito mais rápida e alta. Em contrapartida, não se mantêm tão bem no lugar quanto as rígidas.
Óculos para astigmatismo
O astigmatismo também pode ser corrigido com óculos em pessoas com até 15 anos de idade. A partir de então, é possível usar lentes de contato.
Os óculos para astigmatismo também têm lentes cilíndricas com diferentes espessuras na superfície, da mesma forma que as lentes de contato, para compensar o formato da córnea.
As principais lentes de óculos para astigmatismo são:
- CR-39 ou Orma, as mais baratas, mas que não servem para graus de astigmatismo acima de 2 e apresentam baixa durabilidade;
- policarbonato, as mais resistentes e leves, e que também só podem ser utilizadas por quem tem até 2 graus de astigmatismo;
- 1.67, as indicadas para quem tem acima de 2 graus ou por quem tem miopia ou hipermetropia associada (acima de 4 graus);
- 1.74, conhecidas por terem alto índice de refração e conseguirem ser mais finas, mesmo que o paciente tenha grau muito alto (embora tendam a ter custo extremamente elevado).
Cirurgia para corrigir astigmatismo
A cirurgia de astigmatismo pode ser realizada em pacientes com mais de 20 anos de idade com o grau estabilizado. Ela corrige o astigmatismo por meio do remodelamento da córnea, com a utilização de laser ou de lente intraocular.
Existem três tipos de cirurgias disponíveis, e somente o oftalmologista poderá escolher a mais indicada para cada caso:
- LASIK, a mais comum, indicada também para corrigir outros erros refrativos, como hipermetropia e miopia;
- PRK (Photorefractive Keratectomy), a que é feita por meio de uma raspagem na córnea e com laser emissor de luz ultravioleta;
- SMILE (Small Incision Lenticule Extraction), o procedimento cirúrgico que menos altera a estrutura da córnea, reduzindo também as chances de infecções e outros possíveis efeitos colaterais da cirurgia.
Apesar dos riscos e complicações inerentes a qualquer cirurgia, essa é uma forma segura de corrigir o astigmatismo, possibilitando visão normal ao paciente sem necessidade do uso de óculos ou lentes de contato.
Para estabelecer uma terapêutica eficiente, o médico oftalmologista considera fatores como idade, capacidade de adaptação a óculos ou lentes de contato, ou se o astigmatismo está estabilizado.
E então, gostou de saber que o astigmatismo tem cura? Aproveite a visita e conheça mais sobre outra doença ocular bastante comum: a conjuntivite.